V.4 N.8
- revistasarau2
- 1 de mai. de 2024
- 2 min de leitura
A Revista Sarau tem articulado, a cada bimestre, partículas de um mosaico artístico-cultural de artistas de Língua Portuguesa das mais variadas expressões e manifestações da Literatura, Música, Cinema, Teatro e Artes Plásticas. Coloriram nossas páginas Clarice Lispector, Leandro Gomes de Barros, Cora Coralina, Ariano Suassuna, Mario Gomes, Flávia Suassuna, Vinicius de Moraes, Graciliano Ramos, Horácio Dídimo, Maria Carolina de Jesus, Cazuza, entre outros.
A revista de maio-junho, além de temas avulsos, traz conteúdo sobre uma carioca representante dos Agitadores Culturais – Poesia Marginal dos anos de 1970; um baiano cofundador do grupo musical Novos Baianos; um ganhador dos Prêmios LeYa e Jabuti, romancista baiano, estudioso sobre as comunidades quilombolas da Chapada Diamantina; um poeta popular, de linguagem simples, com cinco títulos de Doutor Honoris Causa. Estamos falando, respectivamente, de Ana Cristina Cesar (Ana Cristina Cruz Cesar), Moraes Moreira (Antônio Carlos Moraes Pires), Itamar Vieira Junior e Patativa do Assaré (Antônio Gonçalves da Silva).
Ana Cristina C., Ana C., Ana Cristina, “singular e anônima” segundo Silviano Santiago, são abreviaturas de Ana Cristina Cesar, que produziu ensaios, críticas, poesias, tradução, prosas, dissertações acadêmicas, correspondências e cujo acervo encontra-se no Instituto Moreira Salles. Seus textos literários (Cenas de Abril, Luvas de Pelica, A Teus Pés, ...) são marcados pela originalidade, irreverência, instinto, metalinguagem, em um circular entre o Modernismo, Pós-Modernismo, participando da Geração Mimeografo e da Poesia Marginal.
Moraes Moreira juntamente com Pepeu Gomes, Baby Consuelo (Baby do Brasil), Paulinho Boca de Cantor, Luís Galvão, Dadi, em pleno regime militar dos anos de 1970, viveram no Cantinho do Vovô (em Vargem Grande /Jacarepaguá) e dali saiu o grupo musical os Novos Baianos (1969-1979). O grupo ainda se reuniu nos anos de 1990, 1996, 2015. Contudo, o cantor e compositor trilha na carreira solo e emplacou vários sucessos como Preta Pretinha, A Menina Dança, Besta é Tu, Sintonia, Pombo Correio, entre outras.
Itamar Vieira Junior, baiano como Moraes Moreira, é consagrado inicialmente em Portugal (ganhando o Prêmio LeYa) e somente depois é reconhecido no Brasil, como escritor excepcional com seus romances e, sobretudo, com Torto Arado. Nessa obra, o escritor clama o leitor a refletir sobre temas vários como o racismo, machismo, escravidão, empoderamento, encantamento, regionalismo, conflitos sociais.
Por fim, teremos a oportunidade de conhecer e reler textos do cearense Patativa do Assaré. O poeta popular, cantor, compositor e improvisador escreve Triste Partida, que musicada por Luís Gonzaga, cruza fronteiras nacionais e internacionais, tornando o mestre da oralidade motivo de monografias, dissertações e teses acadêmicas.
A todos, a Revista Sarau deseja uma boa leitura!
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